quinta-feira, fevereiro 23, 2012

Luar!

Uma das últimas mensagens que me mandaram antes de voltar para a capital, foi algo como "Se poderes, vai ver a lua!". Por acaso não fui, porque estava a dormir, ou pelo menos a tentar, uma vez que a viagem seria no dia seguinte e a ansiedade de fazer uma viagem de regresso não me deixava descansar. Tanto o coração como a razão queriam ficar, mas o meu corpo teria de voltar, bem cedo. Imaginei então uma lua bem brilhante, com luz suficiente para iluminar caminhos cobertos de sombras para quem neles tivesse de passar. Um quadro apenas composto por elementos da natureza... e senti-me livre, que fazia parte de tudo aquilo e que no fim encontraria aquela mensagem escrita no chão, olharia para a lua e seria abraçada e aconchegada por um corpo quente, cheio de carinho para dar, que me iria proteger daquela noite fria e gravar a nossa sombra naquela paisagem!

Sonhar não custa, mas melhor que o sonho é viver na realidade. Aquela imagem, mas principalmente aquela mensagem foi o suficiente para reviver momentos passados e dei por mim, novamente, dentro do meu carro, a conduzir por aquelas estradas geladas, acompanhada por um luar que me apresentava as paisagens mais deslumbrantes que algum dia poderia ver. Toda aquela natureza no seu esplendor, todo aquele universo em cima de mim, que me obrigava a parar, sair e congelar ao ver estrelas cadentes, enquanto me sentia tão insignificante e todos os problemas passavam a ser nada em todo aquele infinito. Fechava os olhos e sentia o sangue percorrer o meu corpo como uma droga de adrenalina, porque sentir-me mais viva do que senti naqueles momentos, é impossível.

Perguntei se a lua estava bonita, ainda que não a pudesse ver e a resposta com uma simples palavra "Linda", trouxe consigo a saudade que crescia de todos aqueles momentos mas também da mesma pessoa que me respondia que, ainda eu não tinha partido, e já sentia a minha falta... e eu a dela! E são nestes momentos, de poucas palavras, grandes emoções e pequenos grandes gestos que os sentimentos se tornam mais reais, sejam eles de que tipo forem. E pelos olhos daquela pessoa vi-me fora da cama, a olhar para aquela lua que pairava por cima de nós... mas a manhã chegou e a aurora apagou aquela visão nocturna, levando-me para uma viagem indesejada mas sem volta a dar. Ainda assim é bom saber que seja cá ou lá, haverá sempre luar e noutra parte alguém poderá estar a olhar para ela, para me dizer como está linda, enquanto pensa em mim!

Sem comentários:

Enviar um comentário