terça-feira, julho 15, 2014

Festas de Argozelo

Tendo em conta o artigo do São Bartolomeu Freixagosa sobre a falta de informação relativamente às festas da vila de Argozelo, em vez de deixar uma resposta direta no seu blog, decidi contar a minha experiência no ano passado (2013) e a minha opinião em relação às festas da vila que, infelizmente, se reflete em muito daquilo que é feito e deixado por fazer. Claro que há sempre excepções há regra, mas no geral as coisas acontecem da forma que as vejo acontecer.

  • Primeiro que tudo, quem já foi mordomo ou nomeado sabe que ano sim, ano não (ou ano sim, ano sim) é novamente nomeado. Há casos em que parece que não se sai da lista durante anos consecutivos, até fazer a festa. É uma situação triste, tendo em conta que há tanta gente que nunca a fez e a pode fazer: os que a querem fazer rapidamente se voluntariam para ajudar e para ser mordomos, mas como a lista é vasta, o mais provável é não ser aceite (nem que metades não façam a festa). No que toca aos casados não posso falar, mas a festa dos solteiros todos os anos acabam por ser as mesmas caras, isto porque a outra metade que podia fazer a festa prefere ir para as piscinas e ir passear, mas depois queixam-se que as festas não prestam quando não querem participar.


  • Depois há dois tipos de chefia: a organizada e a interesseira. A organizada pretende que quem participa se divirta e possa participar com as suas opiniões; a interesseira apenas pretende ver quanto pode pôr ao bolso (sim meus amigos, meter ao bolso é o temo certo). Já estive nestas duas situações e do ano passado foi o que me fez prometer a mim mesma que enquanto as mentalidades não mudassem, não voltaria a aceitar ser mordoma numa festa. Tive a horrível experiencia dos casados completamente ignorarem as opiniões dos solteiros a todos os níveis: na escolha dos artistas; no material de marketing das festas da vila; organização do bar; quermesse com artigos novos e virado para as crianças em vez dos horriveis cacos de todos os anos... tudo acabava na ordem do "Aqui isso não dá" e do "não temos dinheiro para isso". Então meus meninos, façam as festas sozinhos.


  1. Outra coisa que não entendo é porque as mulheres casadas não podem participar na mordomia? Por machismo? Por dar trabalho? Sempre seriam mais algumas cabeças a ajudar à festa e vamos ser sinceros, as mulheres são muito mais organizadas do que os homens de pastinha. É verdade que trabalhar com muita mulher junta pode dar mau resultado, mas quando trabalham todos para o mesmo, a coisa podia mesmo correr de outra forma. Por isso aqui fica uma chamada de atenção e seria ótimos para todos termos mais mulheres a participar, porque normalmente as solteiras acabam por ser adolescentes que, infelizmente, são completamente ignoradas pelas suas ideias pelos senhores casados.


  • Um dos erros de todas as festas de todos os anos é começar-se a trabalhar para elas só a partir do dia um de Agosto. Se querem festas boas em conduções, porque não se trabalha logo no fim das mesmas? Fazer festas de vindimas, cabazes de natal, jogos tradicionais durante o ano, atividades culturais para promover a terra e angariar mais dinheiro, ter produtos regionais num local específico para vender para as festas... há uma infinidade de atividades que se podem fazer durante o ano, com vontade e espirito de iniciativa, que é o que falta em demasia nesta terra. É por isso que em Junho ou Julho se veem cartazes das festas das outras aldeias espalhados pelos cafés de Argozelo e só quinze dias ou uma semana antes das férias em que se sabe, em Argozelo, do programa das festas.



  • Isto leva-nos a outro problema de mentalidades: infelizmente as festas de Argozelo fazem-se para as pessoas da terra, que cada vez têm menos interesse nelas e não para os que vêm de fora. Por isso é que a cada ano se perde mais e mais público e acaba-se por ir parar às festas por engano, porque se estava de passagem e ouviu-se barulho. Antes nem era preciso fazer publicidade, porque bastava passar no meio do povo para se perceber que havia festa e vida na vila... mas desde que se mudou o lugar das mesmas isso já não acontece, por isso mesmo as estratégias têm de ser outras. É óbvio que as pessoas de Argozelo merecem as suas festas, mas o seu intuito deve ser chamar pessoas de fora, dar a terra a conhecer, conviver.


Mais uma vez, é preciso mudar mentalidades, mudar de atitude. Trabalhar para o bem da comunidade e não para mostrar que se fez. Ter orgulho das responsabilidades que se têm e dar o melhor de nós para o mesmo: Argozelo!

1 comentário:

  1. Toda a razão, mas enquanto não forem varridos alguns “papalvos” do sistema que comandam Argoselo, nada muda nem pode mudar, porque o resto da população todos preferem ficar incrédulos à situação; do se está bem para eles, para mim também está - tanto me faz… estou-me nas tintas por outras palavras. Conclusão: Argoselo tem sido, continua a ser e será até que dias melhores virão a mesma coisa. Com muita pena minha…

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