Ultimamente como tenho muito tempo para não fazer nenhum durante as noites frias, acabo sempre por ver um filme e escolho sempre uma Comédia Romântica por um motivo muito simples: consegue englobar três géneros cinematográficos num só - Comédia, Drama e Romance. Este shot triplo parece-me a combinação perfeita para passar um serão agradável em frente à televisão, acompanhado de umas pipocas ou um cappuccino, enquanto nos enroscamos nas mantas e sonhamos, por momentos, em viver uma história assim, ou pelo menos encontrar alguém que nos proporcione uma relação com momentos cómicos, alguns dramas e muitooooo romance!
Como qualquer pessoa que, quando vê muitas vezes a mesma coisa, começa a reparar em pequenos pormenores, eu encontrei um pormenor muito curioso na maioria dos filmes deste género. Não sei se mais alguém reparou nisso alguma vez, mas muitas das vezes, quando são os meninos que andam atrás delas e elas não os podem ver à frente, maioritariamente por terem passado por traumas anteriores, eles ficam sempre fascinados por pequenas coisas que elas fazem para passar o tempo. Normalmente, essas coisas, acabam por ser actividades artísticas - pinturas, desenhos, escrita, fotografias, esculturas - ou um simples trabalho de voluntariado numa associação da pequena cidade. Observamos então uma luta interior da personagem feminina que acaba sempre por trabalhar nalguma coisa ou em algum sitio que não lhe agrada e pouco é o tempo que tem para se dedicar a esse passatempo, ainda menos quando se começa a envolver com o tal menino que começou por detestar. É então que a discussão surge, quando tudo parece encaminhado, ou o antigo amor vem inesperadamente lixar tudo e vivemos uma nova luta em conjunto com a personagem feminina que questiona tudo o que sente, tudo o que viveu antes e depois de conhecer o moço... e surgem os elogios ao seu trabalho artístico ou de voluntariado e ela passa o tempo todo a dedicar-se a essa verdadeira paixão, sem nunca se perceber que um novo amor alimente essa mesma paixão: o moço!

Não vale a pena falar nos finais felizes que acontecem em 99% das vezes neste filmes, porque não sairia daqui, mas dei por mim a pensar não só nas vezes em que realmente fazemos aquilo que gostamos e até somos bons (mas ninguém o reconhece porque a sociedade, cada vez mais, renega a criatividade do ser humano) mas também, quantas vezes temos alguém do nosso lado que nos dá valor por aquilo que sabemos fazer e nos incentiva a não desistir do que nos faz feliz? Quantas vezes não desistimos de fazer algo que nos apaixona e nos dá prazer porque achamos que não somos suficientemente bons, quando apenas precisamos de alguém que nos chame a atenção para o nosso talento e nos alimente a sede de sermos sempre bons naquilo que sabemos fazer, independentemente de não fazermos algo que nos satisfaça a 100%?
Foi por isso mesmo que decidi expor este pequeno pormenor e para dizer a todas as meninas e meninos que tenham alguém do seu lado que aprendam a dar valor a pequenos pormenores de quem está do nosso lado, porque são esses pormenores que tornam essa pessoa única e realmente especial para nós e, muitas vezes, nem sempre o afecto é a única demonstração de amor que podemos dar a alguém, mas sim saber dar valor ao que sabem fazer, sem medo de o dizer... porque um dia, pode ser tarde de mais! Para aqueles que não têm ninguém que lhes dê valor a esses pormenores, fiquem de olho e ouvido bem aberto porque quando essa pessoa chegar, aposto que o saberão não pela sua aparência ou simpatia, mas pela demonstração em tomar atenção a pormenores superiores à nossa própria aparência ou simpatia.
Aprende a dar valor a quem nos retribui o nosso próprio valor!
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