sexta-feira, abril 27, 2012

Centros Comerciais

Acreditem que se quiserem, principalmente os meninos, mas se há coisa que eu realmente detesto, evito e abomino, são centros comerciais. Não quer dizer que de vez em quando, mas muito raramente, tipo de meio em meio ano, não goste de visitar estes espaços com alguma amiga ou família, mas se eles não existissem acreditem que não iriam fazer qualquer falta na minha vida. Ao contrário daquilo que muitos meninos se queixam, que ir as compras com a namorada pode ser um pesadelo porque diz que vai só comprar um vestido e vai demorar meia hora... e depois demora 3horas, compra o vestido e mais 30 peças de coisas que viu e se calhar nem precisava, e ainda aproveitou para arranjar o cabelo e as unhas. Neste caso eu seria mais como um gajo, entrar, ir à loja, experimentar o que quero comprar só mesmo para confirmar que vale a pena, pagar e ir embora. Montras? Não me afectam nem um pouco.

Para muita gente isto parece praticamente impossível ou até anti-feminino (ave rara diga-se), mas vamos lá pensar o que realmente são estes centros sem ser um bloco de 4 paredes ao alto, alguns com alguns corredores todos geométricos, com sorte com um jardim para se "passear", com lojas enfiadas lá dentro e apinhado de "familias felizes" do macdonalds que passeiam por ali como se estivessem num parque, num jardim ou a passear à beira mar! Sem falar nas milhares de câmaras disfarçadas que curiosamente até nos esquecemos delas, que nos vigiam a todo o momento, como se fossemos cometer algum crime dentro daquele espaço que, por si só, já é uma autêntica prisão!



Isto não quer dizer que odeie fazer compras, afinal de contas, quem não gosta de ter coisas nova, nem que seja um simples livro ou cd, não tem de ser propriamente roupa, visto estes espaços darem-nos a "escolher" o que podemos comprar, mas o que eu realmente gosto é de lojas de rua, coisa que cada vez me parece uma coisa rara... isso sim dá gosto, uma pessoa vai passear e por acaso até vê uma coisa gira e vai ver e volta pro ar livre... notam a diferença? Não são corredores e corredores dissimulados, com música de elevador para disfarçar as conversas que se tem e controlar o que se faz ou deixa de se fazer. Mesmo assim há dias em que simplesmente odeio ir a estes espaços só mesmo pelas pessoas que se encontram, e claro está, não estaria a escrever este texto se não tivesse um mini-episódio para contar.

Aqui há dias estava eu a experimentar uma roupita, só para conferir que ficava bem, quando oiço um casal a conversar... até nem teria ligado, caso os dois não tivessem decidido separar-se, ou seja, ele ficou num provador atrás de mim, enquanto ela ficou no da frente. Ora, estando eu no meio, senti-me basicamente envolvida no processo de dialogação. Pelo timbre de voz e pelos comentários viu-se logo que o moço era alto e de uma classe com cunhas, principalmente quando grita "porque é que fazem calças para anões?". Até me senti ofendida naquele momento porque cada vez que tenho que comprar calças tenho que pagar mais 2euros para me tirarem metade do tecido... coitado, o homem era pobre, por isso tiraram-lho logo para não ter de pagar... mas a coisas piorou quando se ouve um estrondo, seguido de um grito de "princesa" (sim, foi o gajo que gritou). Claro que eu pensei que ele tivesse levado com o cabide em cima, o que era muito bem feito depois daquele grito insultuoso, mas depois da namorada atenciosa (que nem saiu do seu provador para ir lá ver), perguntar o que se tinha passado, ele volta a gritar, visivelmente abalado "o meu telemóvel caiu ao chão". Foi horrível não poder mandar uma gargalhada daquelas dentro do provador, porque aí sim, teria de estar envolvida naquilo mais do que (infelizmente) já estava.


A verdade é que neste tempo todo já eu tinha experimentado a roupa umas vinte vezes, mas queria ver até que ponto é que aquele casal ia provar ser mais um típico casal de broncos que frequentam estes centros. É então que ela grita "Acho que engordei...", claro que engordas-te, aposto que acabaste de sair do macdonalds... e claro, o namorado como também é um fofo limita-se a continuar a choramingar por o telemóvel ter caído ao chão... bom, a verdade é que rapidamente também me fartei de estar ali e fiz questão de pagar e vir embora e deixar aquela gente ali dentro a discutir de um provador para o outro. (Pior do que isto, são as meninas do colégio inglês que vão em grupo experimentar roupas para sair à noite, que na verdade só tiram foto para meter no facebook e dizer que têm roupa nova!)


Conclusão da história? Não há... simplesmente acho que era mais saudável ir "passear" para outros lados e não ter de aturar estas "famílias felizes" todas enfiadas no mesmo espaço, considerando aquele passeio como "convívio familiar" e que cada vez tenho mais saudades de cidades pequenas onde estes centros são raros e onde as lojas de rua ainda fazem parte do quotidiano!

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