domingo, março 31, 2013

Páginas do Tempo

Dou por terminada uma saga que me tem acompanhado há alguns anos. Tudo começou depois de receber um bloco de notas, do estilo dos que usam os jornalistas, sem linhas, o qual decidi começar a escrever uma história. A minha intenção inicial era poder dar a conhecer o lugar onde passava a maior parte do meu tempo nas férias, a (na altura) aldeia de Argozelo e claro, pegar numa personagem com o mesmo dilema que o meu - viver dividida entre o campo e a cidade - e, a partir daí, criar um possível livro. Esse livro foi crescendo de dia para dia mas também acabou por haver muitas pausas... depois chegou a fase de passar tudo a computador, com medo de perder o bloco e aí o caso começou a mudar de figura. De dia para dia, a história mudava radicalmente e, aos poucos, parecia que não era eu quem controlava a história mas sim as próprias personagens.

Confesso que inicialmente as personagens foram apresentadas e pensadas tendo em conta pessoas próximas que conhecia mas, com o desenrolar dos acontecimentos e das própria historia, essas pessoas foram-se esvaecendo e tomando vida própria  tornando-se naquilo que a historia permitiu e não nas imagens reais que inicialmente tinha visto para elas. E da mesma maneira que custa terminar a leitura de um livro, escrever o fim é ainda mais difícil. As palavras parecem ter-se esgotado, a trama parece que não desenvolve ou que acontece tudo demasiado rápido e a infinidade de finais possíveis parecem intermináveis!

Passaram-se dois, três... oito, nove.... e ao fim de dez anos dei o livro como terminado, embora o fim tenha ficado sempre com um ponto de interrogação. Era horrível passar horas em frente ao computador à procura de uma solução e apenas parecia chegar algo interessante quando acordava a meio da noite e não podia escrever. Tentei a todo o custo arranjar coragem para o editar mas a vergonha e o próprio medo da rejeição apoderaram-se de mim. Pior ainda, não queria ser mais uma a editar livros para vender mas sim livros com conteúdo, coisa que sempre senti que era o que não tinha. Mas agora, ao fim de doze anos e depois de ter mudado a minha vida por paixão à escrita, cada vez mais sinto que é o que realmente gosto de fazer: ESCREVER. E esse gosto, ninguém mo pode roubar. Vim para onde o diabo perdeu as botas para poder ter mais inspiração e para me dedicar mais a esta paixão e, por isso mesmo, a vontade de arriscar numa edição tomou conta de mim.

Embora não esteja editado, sei que provavelmente já terei alguns amigos à espera que isso possa acontecer e eu apenas desejo que este gosto pelas letras nunca morra! No entanto, outro livro já está em mente para, quem sabe, daqui outros dez anos, poder editá-lo! (Bom, esperemos que seja em menos tempo).

3 comentários:

  1. espero que um dia o publiques! tenho muita curiosidade :)
    um grande beijinho prima
    (Catarina)

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  2. Bora prima, coragem e edita lá isso :)

    Beijinhos

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  3. Estou muito curiosa para ler a versão final :) Tive a honra de o ler ainda nos primórdios :P

    Beijoca*

    Paula

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