Dou por terminada uma saga que me tem acompanhado há alguns anos. Tudo começou depois de receber um bloco de notas, do estilo dos que usam os jornalistas, sem linhas, o qual decidi começar a escrever uma história. A minha intenção inicial era poder dar a conhecer o lugar onde passava a maior parte do meu tempo nas férias, a (na altura) aldeia de Argozelo e claro, pegar numa personagem com o mesmo dilema que o meu - viver dividida entre o campo e a cidade - e, a partir daí, criar um possível livro. Esse livro foi crescendo de dia para dia mas também acabou por haver muitas pausas... depois chegou a fase de passar tudo a computador, com medo de perder o bloco e aí o caso começou a mudar de figura. De dia para dia, a história mudava radicalmente e, aos poucos, parecia que não era eu quem controlava a história mas sim as próprias personagens.
Confesso que inicialmente as personagens foram apresentadas e pensadas tendo em conta pessoas próximas que conhecia mas, com o desenrolar dos acontecimentos e das própria historia, essas pessoas foram-se esvaecendo e tomando vida própria tornando-se naquilo que a historia permitiu e não nas imagens reais que inicialmente tinha visto para elas. E da mesma maneira que custa terminar a leitura de um livro, escrever o fim é ainda mais difícil. As palavras parecem ter-se esgotado, a trama parece que não desenvolve ou que acontece tudo demasiado rápido e a infinidade de finais possíveis parecem intermináveis!
Passaram-se dois, três... oito, nove.... e ao fim de dez anos dei o livro como terminado, embora o fim tenha ficado sempre com um ponto de interrogação. Era horrível passar horas em frente ao computador à procura de uma solução e apenas parecia chegar algo interessante quando acordava a meio da noite e não podia escrever. Tentei a todo o custo arranjar coragem para o editar mas a vergonha e o próprio medo da rejeição apoderaram-se de mim. Pior ainda, não queria ser mais uma a editar livros para vender mas sim livros com conteúdo, coisa que sempre senti que era o que não tinha. Mas agora, ao fim de doze anos e depois de ter mudado a minha vida por paixão à escrita, cada vez mais sinto que é o que realmente gosto de fazer: ESCREVER. E esse gosto, ninguém mo pode roubar. Vim para onde o diabo perdeu as botas para poder ter mais inspiração e para me dedicar mais a esta paixão e, por isso mesmo, a vontade de arriscar numa edição tomou conta de mim.
Embora não esteja editado, sei que provavelmente já terei alguns amigos à espera que isso possa acontecer e eu apenas desejo que este gosto pelas letras nunca morra! No entanto, outro livro já está em mente para, quem sabe, daqui outros dez anos, poder editá-lo! (Bom, esperemos que seja em menos tempo).
espero que um dia o publiques! tenho muita curiosidade :)
ResponderEliminarum grande beijinho prima
(Catarina)
Bora prima, coragem e edita lá isso :)
ResponderEliminarBeijinhos
Estou muito curiosa para ler a versão final :) Tive a honra de o ler ainda nos primórdios :P
ResponderEliminarBeijoca*
Paula