Certamente que hoje ninguém ficou indiferente às imagens transmitidas na televisão ou às que invadiram as redes sociais, relacionadas com a grandes manifestação nacional contra a Troika e o governo e como tal, nem eu - por muito que pretenda evitar estes assuntos - consegui ficar indiferente e esconder a minha opinião. Ainda para mais, depois de ouvir algo tão bárbaro como o comentário feito por um reporter de um canal televisivo: "Grândola Vila Morena tornou-se hoje a principal música desta grande festa!".... demorei algum tempo a assimilar estas palavras mas a palavra FESTA prontamente mexeu com todo o meu sistema nervoso. Uma MANIFESTAÇÃO não é uma FESTA. Uma MANIFESTAÇÃO é um grito de guerra, um grito mais alto que a revolta, um grito de um grupo chamado POVO. Uma MANIFESTAÇÃO é o demonstrar do DESCONTENTAMENTO, da IMPACIÊNCIA, uma REVOLTA... sentimentos e vontades que não existem numa festa, a não ser que se vá a uma contrariado. Mas esta manifestação também mostrou isso mesmo, que não foi uma FESTA como algumas manifestações anteriores, que não foi apenas mais um convívio com palavras descontentes mas sim uma união de um sentimento mutuo que se tem alastrado como um vírus, o cansaço de gente que luta contra a maré daqueles que andam a querer mandar-nos areia para os olhos, dia após dia.

Segundo o Artigo 9º da Constituição da Republica Portuguesa, TAREFAS FUNDAMENTAIS DO ESTADO, lê-mos o seguinte:
d) Promover o bem-estar e a qualidade de vida do povo e a igualdade real entre os portugueses, bem como a efectivação dos direitos económicos, sociais, culturais e ambientais, mediante a transformação e modernização das estruturas económicas e sociais;
f) Assegurar o ensino e a valorização permanente, defender o uso e promover a difusão internacional da língua portuguesa;
Como cidadã Portuguesa, não só ambiciono como EXIJO que me sejam dadas condições para VIVER e TRABALHAR no meu país e nunca, jamais que me peçam ou me obriguem a sair daqui só porque ao estado assim lhe convém. Cabe-vos a vocês tornar estes direitos teóricos numa realidade. E cabe-me a mim e a nós lutar por eles! Se pegarmos no Artigo 58º da mesma, DIREITO AO TRABALHO, encontramos também o seguinte:
1. Todos têm direito ao trabalho.
2. Para assegurar o direito ao trabalho, incumbe ao Estado promover:
a) A execução de políticas de pleno emprego;
b) A igualdade de oportunidades na escolha da profissão ou género de trabalho e condições para que não seja vedado ou limitado, em função do sexo, o acesso a quaisquer cargos, trabalho ou categorias profissionais;
c) A formação cultural e técnica e a valorização profissional dos trabalhadores.
Por isso, não me mandem ir procurar emprego fora do meu país, quando tenho direito a ele. Não me mandem ir saber de melhores condições de vida, quando é vosso dever garantir-me isso mesmo. Se tudo é uma questão de dinheiro, comecem por olhar para o vosso umbigo. Se há alguém que beneficia dos princípios da igualdade são os senhores doutores que estão dentro deste sistema politico corrupto que desde sempre conheci neste país. Meus senhores, está sim na hora de reverem o que realmente andam a fazer com o vosso povo, com o vosso país, com a vossa "democracia". Está na hora de se impor perante o resto da Europa e mudar os vícios há muito criados. Está na hora de deixarmos de ser um país de senhores doutores engravatados de gabinetes e vir para a rua ver a realidade das vossas politicas.
Está na hora de dizer BASTA e de ser o verdadeiro POVO a mandar!
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