quinta-feira, fevereiro 16, 2012

Os (melhores) amigos...

Muitas vezes e cada vez mais se ouve dizer "quanto mais conheço as pessoas, mais gosto do meu cão!"... coisa que até eu digo em situações como quando realmente nos deparamos com as verdadeiras "caras" de algumas pessoas que tínhamos em (grande) consideração ou simplesmente quando vejo alguém a ser ingrata com outra.

A verdade é que, quem já me conhece, sabe bem que eu tenho uma paixão enorme por cães, sejam meus, sejam doutros ou sejam abandonados. Confesso que o meu sonho era ter um canil, onde pudesse alojar e tratar de todos os cães que encontrasse na rua, principalmente os que estão em péssimas condições. Este bichinho tem aumentado depois de ver a história magnifica do meu amigo Daniel que, todos os cães que tem (5 ao todo), foram abandonados e ele fez questão de os acolher e ajudar. Quando se tem espaço para tal, tudo fica mais fácil, mas invejo e admiro muito essa generosidade da parte dele.

Uma das histórias mais hilariantes com estes cães tem a vir com o Rufia (porque anda sempre na vidinha dele, solto e faz o que quer quando bem lhe apetece). O Daniel tem este cão há 6 anos e nunca lhe deu um nome, mas eu tratei logo de o baptizar porque me apaixonei logo no primeiro momento, assim que o vi. É o cão com o ar mais safado que eu já vi e o melhor de tudo foi saber que o Daniel nunca lhe tinha dado uma festa, porque ele simplesmente não deixava. Apenas lhe dava de comer e dava-lhe abrigo, mas nada de afectos. Ora eu, "madrinha dos cães" como já me apelidaram, aceitei o desafio: dar uma festa no Rufia. A verdade é que não foi preciso grande esforço, agachei-me no chão, estiquei a mão e chamei-o. Ele aproximou-se, mas não muito, parou, olhou-me nos olhos e lá resolvei vir-me lamber a mão... o Dany nem estava a acreditar no que estava a ver... não aconteceu mais nada, mas foi o suficiente para, depois disto, todos os dias que parava ao pé dos cães dele, o Rufia vinha ter comigo, dava-me uma lambidela e ia-se embora.

Isto fez-me lembrar o meu cão que deixei cá em Lisboa por alguns meses e fez-me ver como às vezes bastava-me ir ter com ele, principalmente quando me sentia mais triste e não queria estar com ninguém e ele ficava ali, sem dizer nada, a aconchegar-me, a olhar para mim com compaixão. E foram muitos os momentos em que precisei de um abraço ou de uma palavra de força de um amigo e apenas o Talhas parecia conseguir acalmar-me e consolar-me nessas horas. Por isso, para todos aqueles que têm um cão, tratem-no com carinho, porque as vezes ele pode ser o único (verdadeiro) amigo que vão ter do vosso lado quando mais precisarem e nunca vos vão exigir nada em troca.

2 comentários: