Ultimamente são muitas as notícias que aparecem em relação à questão da privacidade no Facebook, nomeadamente ao que toca à informação que permanece "online" mesmo quando decidimos por um final à conta que criamos neste serviço. Convém, primeiramente, ter atenção que quem cria contas em páginas deste tipo deve ter noção daquilo que quer e o que não quer expor publicamente ou simplesmente ter noção que TUDO o que fazemos a partir do computador fica registado nalgum sitio, por isso, não vale a pena deitar apenas as culpas ao Facebook por ter na sua posse mais de mil páginas de registos de conversas privadas, fotografias, coisas partilhadas e afins... se começamos a pensar nestas coisas em relação ao nosso quotidiano, não saímos de casa, com medo de deixar "pegadas" virtuais pelo mundo: desde chamadas e mensagens pelo telemóvel, estratos do banco, câmaras nos centros comerciais, etc!
Aquilo que realmente me assusta é ver as pessoas a se preocuparem com a sua vida exposta na Internet ou noutro local qualquer do mundo e a forma como cada vez mais as tecnologias nos perseguem e nos obrigam a uma "prisão". Cada vez mais, páginas como o Facebook servem para passarmos os momentos de tédio sem fazer nada, a ver a vida dos outros e quando damos por nós, já se passou um dia inteiro em frente ao computador. Entendo a utilidade destas paginas para quem está longe da família e dos amigos, e aí sim, estas paginas tornam-se no meio mais rápido e mais "divertido" de partilhar experiências e com quem está longe de nós e a quem queremos contar um monte de novidades... Fora essa possibilidade, tudo o resto é engonhice. Mas há outra realidade para além desta tão simples e tão linear, que é a sensação de exclusão por parte daqueles que não estão ligados a esta rede dita social. Alguém acaba por não ir a um jantar porque não viu o "evento" criado na tal rede, ou simplesmente não sabe do último passatempo de uma marca XPTO porque só quem está na rede é que está a par das últimas novidades, ou simplesmente fica completamente fora do dialogo sobre os "gostos" e as "partilhas" feitas na rede. Tudo parece um mundo à parte, uma nova "sociedade" toda criada dentro da tal rede.
Mas a verdade é esta: "Quem realmente quiser saber de mim não vai precisar do Facebook para nada, porque vai saber sempre uma forma como me encontrar, ou através de um amigo ou doutra forma, mas há sempre uma maneira de poder arranjar o meu número e ligar e nunca mais vamos perder o contacto se quisermos.". Estas foram as palavras de um colega que já não via há muito tempo, precisamente depois de estarmos a comentar o facto de ninguém saber nada dele há anos por não ter Facebook e, por isso, nunca ser convidado para jantares ou outras actividades "sociais" com o pessoal da faculdade. Tenho que lhe dar razão, porque realmente há sempre outras formas de saber de alguém e quando queremos mesmo que isso aconteça, talvez devêssemos ir para além das "redes sociais" e procurar uma forma mais "sociável" de procurarmos alguém que há muito não sabemos! A verdade é que em vez de andarmos preocupados com o que fazemos ou deixamos de fazer "na rede", nos devêssemos preocupar mais com o que fazemos ou deixamos de fazer fora dela.
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