Se a vida vale a pena, sem dúvida que é por ser comendada pela nossa capacidade de sonhar. A imaginação voa, o desejo de criatividade aumenta, as possibilidades de tornar o sonho em realidade são infinitos e somos felizes com pouco, um mero sonho. Mas existe sempre um inimigo chamado realidade. Esse sim, transporta-nos para uma vida dura, cheia de regras e ideais sociais dos quais (no fundo) pretendemos todos fugir. E sonhar também dá trabalho... porque a realidade nos consome e nos absorve todas as forças que temos... mas que não sonha também não vive, porque também não sabe o que é querer mais de si mesmo, dos outros e do mundo. Sonhar é uma forma de nos escondermos da nossa realidade ou simplesmente um empurrão para transformá-la. Está tudo nas nossas mãos. Jamais poderia eu pensar que iria tornar um sonho realidade. Não daqueles desejos do dia a dia que temos, quando queremos que algo aconteça, mas sim um sonho de miúda. A realização máxima de um desejo há muito escondido e abafado pelo medo de arriscar ou pela dúvida em mim própria.
Costuma-se dizer que é preciso coragem para escrever um livro, mas o que poucos poderão entender é a coragem para editar um livro. Passar do caderno, para um pdf, para uma capa bonita com folhas cheias de palavras lá dentro, são coisas completamente diferentes. É uma conjugação de processos de idas e voltas, de acrescentos e apagões sem fim. já aqui tinha falado na minha vontade de dar uma história por terminada e dei-me por vitoriosa ao terminar essa saga. A participação num concurso literário não foi bem sucedida, mas tornou-se no ponto de partida para o aumento do desejo de tornar um sonho de criança em realidade. Fazer o que se gosta é a maior realização que um ser humano pode ter. Uma coisa pequena e aparentemente simples, mas que dá trabalho, muito trabalho. Mas nada sabe melhor do que lutar e chegar ao fim com algo palpável e visível, quando antes era apenas imaginário.
Pois bem, aqui fica o meu primeiro livro - "Páginas do Tempo" - editado pela Chiado Editora. O lançamento decorreu na Biblioteca Municipal de Cascais, na companhia dos familiares e amigos mais próximos e foi emocionante ver o carinho e o apoio de todos. Por isso mesmo, aproveito este momento para agradecer a todos a vossa presença e todas as palavras de encorajamento. Foi simplesmente magnífico poder partilhar um momento tão mágico convosco. Quero também agradecer a quem já adquiriu o livro e às reações optimistas que tenho recebido à história da Camila e do Eduardo.
Ao contrário do que muitos pensam, este romance não é a minha história de vida. Nada disso. Comecei a escrevê-lo com 14 anos, depois de um verão espetacular na aldeia dos meus pais, onde fui mordoma pela primeira vez. Esta sim, foi a base para o inicio da história de Camila, que nada teve a ver com experiências da minha vida. Contudo, será de mau tom negar que a Camila não tem nada a ver comigo. Tem sim, muito de mim, embora não seja eu. A única característica real desta ficção será apenas a descrição do avô e da casa do avô de Camila, completamente inspirados no meu próprio avô, a quem o livro é dedicado. Tudo o resto é imaginação.
Mais uma vez, obrigado a todos por fazerem parte deste sonho e desta nova realidade. (Para quem tiver curiosidade, aqui fica a página oficial do livro no facebook -» https://www.facebook.com/paginasdotempo)
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